“Agora você vai comer por dois! Cuidado, não pode consumir esse alimento! Ah você não come isso? Vai fazer mal pro seu bebê! Seu leite é fraco, melhor dar a fórmula!”
É tanto pitaco na vida de uma grávida que ela poderia fazer o enxoval do bebê se recebesse 1 real toda vez que alguém abrisse a boca! A alimentação, neste período, é cercada de mitos e eu entendo que você pode ficar confusa com as sensações que vão surgindo ao longo do tempo.
Durante os trimestres gestacionais, o corpo da mulher vai se adaptando para dar suporte a todas as pequenas transformações que irão gerar um novo ser. Desde multiplicações celulares e formação da placenta, no início da gestação, passando pela formação de órgãos e tecidos específicos, culminando com o ganho de peso e finalização de um organismo competente para realizar suas funções biológicas após chegar ao mundo.
O papel do nutricionista na gestação vai muito além do que só informar quais alimentos são ou não permitidos. Dentre alguns dos pontos mais importantes estão:
- Programação metabólica e impactos sobre a saúde e qualidade de vida das gerações futuras:
- Controle de sintomas específicos da gestação;
- Garantir o desenvolvimento adequado do bebê;
- Evitar ganho de peso insuficiente do bebê;
- Auxiliar no controle de ganho de peso da gestante;
- Auxiliar na prevenção de alterações metabólicas da gestação;
- Realizar o controle adequado em situações como diabetes gestacional e pré-eclâmpsia;
- Prevenir o desenvolvimento de doenças crônicas futuras na mãe;
- Desmistificar crenças equivocadas sobre alimentação;
- Administrar situações adversas em caso de doença crônica pré-existente;
- Preparar a mãe para o momento da amamentação.
Vamos dar uma aprofundada em cada ponto, separadamente, pra você entender melhor do que estou falando?
1 – Programação metabólica e impactos sobre a saúde e qualidade de vida das gerações futuras
Você sabia que o seu estilo de vida e alimentação podem influenciar a saúde do seu filho e gerações futuras? A programação metabólica ocorre quando um certo padrão alimentar realizado durante a gestação leva a adaptações genéticas em órgãos alvo que podem apresentar falhas de funcionamento no futuro. Desse modo, o desenvolvimento de doenças crônicas não transmissíveis na vida adulta e infância possui uma raiz mais profunda que remonta ao útero materno.
Vários mecanismos de ação foram propostos para tentar explicar este fenômeno que ainda não foi totalmente elucidado, contudo, é consenso na literatura que o estilo de vida sedentário, obesidade a desnutrição e alimentação rica em gorduras saturadas, sódio, alimentos ultraprocessados, açúcar podem codificar padrões epigenéticos que tornam os indivíduos mais propensos ao desenvolvimento de diabetes, obesidade infantil ou na fase adulta, doença cardiovascular entre outros agravos.
2 – Controle de sintomas específicos da gestação
Devido à alta circulação de hormônios que dão suporte ao processo gestacional, é comum que algumas mulheres sintam enjoos, náuseas e cheguem a vomitar bastante ou tenham constipação, flatulência e inchaço. Estas situações pode levar a redução no consumo de macro e micronutrientes importantes para o desenvolvimento do bebê e gerar bastante mal-estar.
Estratégias nutricionais específicas devem ser colocadas em prática para a melhoria global da qualidade de vida da mulher e garantir o consumo de micro e macronutrientes importantes nesta fase que deixam de ser consumidos pela sensação de mal-estar.
3 – Garantir o desenvolvimento adequado do bebê
A placenta é um órgão formado logo no início da gestação cuja função é a de entregar nutrientes e oxigênio para o bebê e transportar, em via contrária, excretas que serão posteriormente eliminadas pela mãe. Uma alimentação saudável e balanceada é importante para que nutrientes necessários cheguem até o feto proporcionando a plena formação de todos os seus órgãos e tecidos.
O desenvolvimento cognitivo e do sistema nervoso do bebê, por exemplo, se beneficiam de nutrientes específicos como o ácido fólico que devem estar presentes na rotina alimentar ou na forma de suplementação, atingindo quantidades suficientes na circulação sanguínea materna e entrega adequada para o bebê.
Além disso, o ganho de peso do bebê durante a gestação também depende do bom estado nutricional materno.
Fases do desenvolvimento do bebê:
- Formação da placenta e demais estruturas que albergam o bebê;
- Formação de órgãos e tecidos;
- Ganho de peso e crescimento do feto
4 – Evitar ganho de peso insuficiente do bebê
A restrição de crescimento intrauterino é uma intercorrência bastante prevalente durante a gestação e, entre outras causas, pode estar relacionada a:
- Alimentação insuficiente e inadequada;
- Distúrbios hipertensivos da gestação;
- Má formação da placenta.
O planejamento de uma rotina alimentar que corresponda às necessidades nutricionais da gestante e seu bebê, como consumo suficiente de proteína, entre outras estratégias, faz parte da conduta nestes casos.
5 – Auxiliar no controle de ganho de peso da gestante
O metabolismo da mulher passa por mudanças ao longo do período gestacional, apresentando aumento das necessidades energéticas, especialmente, nos segundo e terceiro trimestres. O ganho de peso é uma consequência desta nova dinâmica metabólica com o objetivo de proporcionar reservas energéticas que serão usadas ao final da gestação e início da amamentação.
No entanto, sem a orientação adequada e com o aumento da sensação de fome, característico nesta fase, pode haver ganho de peso acima do esperado. Esta situação pode trazer repercussões negativas para saúde da mãe como risco aumentado de desenvolver diabetes gestacional, pré-eclâmpsia, risco aumentado de complicações durante o parto, risco de doenças crônicas no bebê.
A orientação nutricional voltada para o planejamento adequado das refeições durante o dia, levando em conta preferência individuais e necessidades nutricionais é fundamental neste contexto.
6 – Auxiliar na prevenção de alterações metabólicas da gestação
Fatores de risco individuais e ambientais ou de estilo de vida podem levar ao desenvolvimento de alterações metabólicas como diabetes gestacional, hipotireoidismo gestacional, distúrbios hipertensivos entre outros.
O acompanhamento nutricional, nestes casos, é importante para mapear aspectos da alimentação que podem ser melhorados e implementar estratégias na rotina alimentar ou de suplementação que tenham comprovada eficácia científica para a profilaxia dos agravos citados.
7 – Realizar o controle adequado em situações como diabetes gestacional e pré-eclâmpsia
Uma vez diagnosticadas, as alterações metabólicas da gestação, cada uma com suas particularidades, possuem condutas nutricionais específicas a serem implementadas e seguidas.
O acompanhamento médico é indispensável buscando estabelecer a melhor abordagem terapêutica para cada caso. A avaliação laboratorial e demais exames devem ser feitos periodicamente para estimar a eficácia e adequação das condutas nutricional e médica buscando proteger o desenvolvimento das estruturas do concepto em formação.
8 – Prevenir o desenvolvimento de doenças crônicas futuras na mãe
A prevenção e manejo adequado das alterações metabólicas da gestação conferem proteção contra doenças crônicas como diabetes mellitus, obesidade, doença renal crônica tanto para a mãe como para o bebê. Alguns estudos observaram que mulheres que tiveram distúrbios hipertensivos na gestação desenvolveram redução da função renal, com possível evolução para doença renal crônica, anos após o parto. O desenvolvimento de diabetes tipo 2 após a gestação também está relacionado ao quadro de diabetes gestacional com manejo inadequado.
9 – Desmistificar crenças equivocadas sobre alimentação
Se você nunca esteve em consulta com um nutricionista, talvez este seja o momento de corrigir alguns pontos da sua alimentação e tirar algumas dúvidas. Ao longo de nossas vidas somos bombardeados com informações em redes sociais sobre alimentação saudável que se fossemos seguir todas, talvez não sobrasse nada em nossa geladeira para contar a história!
Aproveite este momento da sua vida para lhe proporcionar esta experiência completa no ramo da nutrição e alimentação que é ter um olhar especializado e um plano alimentar voltado a atender todas as suas necessidades, alinhado com sua rotina de vida e preferências. Garanto que você não irá se arrepender!
10 – Administrar situações adversas em caso de doença crônica pré-existente
Mulheres com hipertensão arterial, doença renal crônica, Lupus eritematoso sistêmico, diabetes tipo 1 ou tipo 2, distúrbios de coagulação como SAF podem ter gestações saudáveis uma vez que os aspectos inerentes a essas condições clínicas sejam bem manejados e a equipe multiprofissional de saúde esteja em comum acordo sobre a ausência de riscos na vigência de uma gestação.
O acompanhamento nutricional visa garantir o consumo adequado de nutrientes específicos, controle de intercorrências comuns, análise de exames bioquímicos, suplementação personalizada levando em conta recomendações e contraindicações para cada caso.
11 – Preparar a mãe para o momento da amamentação
Quando a gestação vai chegando em sua fase final, o corpo da mulher vai se preparando para a amamentação. Logo após o parto, a mulher é incentivada a amamentar, no entanto, esta não é uma missão tão intuitiva como pode parecer.
Existe uma série de detalhes que devem ser observados buscando a pegada adequada das mamas que fará com que os mamilos estejam protegidos de machucados, o bebê sugue corretamente o leite e ganhe peso conforme o esperado.
Na fase final do meu acompanhamento nutricional na gestação, você irá receber orientações importantes sobre amamentação, leite materno, pega correta, alimentação no puerpério, suplementação para esta fase da sua vida e todo o meu suporte para tirar suas dúvidas neste momento.
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